Julgamento da Bayer sobre glifosato é adiado para que negociação de acordo prossiga
Este seria o primeiro julgamento coletivo na disputa judicial sobre se o glifosato, substância ativa do Roundup, é cancerígeno.
A Bayer disse nessa sexta-feira (24) que chegou a um acerto com advogados de reclamantes para adiar um julgamento no estado norte-americano de Missouri, que avaliaria alegações de que o herbicida Roundup, à base de glifosato, o agrotóxico mais vendido no mundo, causa câncer.
“Embora a Bayer esteja construtivamente engajada no processo de mediação, no momento não há um acordo abrangente. Também não há certezas ou cronogramas para uma resolução abrangente”, disse a companhia em comunicado, referindo-se às negociações de um acordo.
O quarto julgamento nos Estados Unidos relacionado às alegações sobre o Roundup estava programado para ter início na manhã desta sexta-feira em St. Louis, mas nunca chegou a começar, já que advogados da empresa e dos pacientes de câncer se reuniram para discutir o adiamento.
Este seria o primeiro julgamento coletivo na disputa judicial sobre se o glifosato, substância ativa do Roundup, é cancerígeno, e também o primeiro a ocorrer fora da Califórnia. St. Louis é a cidade-sede da Monsanto, produtora do Roundup, que foi comprada pela Bayer em 2018, em um negócio de 63 bilhões de dólares.
Três júris consecutivos consideraram a empresa responsável por casos de câncer e determinaram indenizações de milhões de dólares a cada reclamante. A Bayer está recorrendo dos veredictos.
O mediador indicado pelo tribunal, Ken Feinberg, que lidera as discussões de acordos, estimou o número total de requerentes nos processos sobre o Roundup em mais de 75 mil, enquanto a Bayer disse que as intimações judiciais recebidas não atingem 50 mil.
A empresa alemã afirmou nesta sexta-feira que continuará no processo de mediação, sob a boa-fé de Feinberg.
Operadores afirmam que o mercado aprova a ideia de que a empresa feche um acordo sobre os processos, embora alguns alertem que a perspectiva de um acerto abrangente é incerta.
Analistas estimaram que o valor de um acordo dessa natureza poderia ficar entre US$ 8 bilhões e US$ 12 bilhões.
G1 GLOBO, 25/01/2020