Como estará a conectividade no campo em 2020?
Drones, robótica, inteligência artificial? Esses são termos que até pouco tempo atrás estavam associados à ficção científica, mas que estão cada vez mais presentes nas lavouras brasileiras. Eles fazem parte de um novo conceito, a agricultura digital ou agricultura de precisão, que integra a coleta de dados no campo – cada vez mais precisa e em tempo real – com técnicas de modelagem computacional, permitindo tomadas de decisão mais assertivas aos produtores. A promessa é que as novas tecnologias aumentem a produtividade, reduzam custos e impactos ambientais, e evitem desperdícios na agricultura, sendo, portanto, mais sustentável.
A agricultura de precisão aproveita todos os benefícios de inovadoras tecnologias que surgiram recentemente, baseadas na comunicação de máquina para máquina, permitindo o desenvolvimento de uma agricultura mais avançada e eficiente. A #AgriculturaNxT reúne métodos computacionais de alto desempenho, rede de sensores, conectividade entre equipamentos e dispositivos móveis, computação em nuvem, métodos e soluções analíticas para processar grandes volumes de dados e construir sistemas de suporte à tomada de decisões de manejo, aumentando a precisão na aplicação de fertilizantes e defensivos, e orientando sobre quando é o melhor momento de realizar o plantio, a irrigação e a colheita da produção.
Conectividade no campo é a base da inteligência
A ausência de informações em tempo real entre o que acontece na plantação e a tomada de decisão dos agrônomos gera prejuízos. E a conectividade no campo é o ponto chave para trazer mais inteligência ao agronegócio. Os benefícios para a agricultura de precisão são diversos. Além das funções tradicionais, tratores e colheitadeiras conectados se transformam em geradores de informações sobre o solo e a lavoura, auxiliando no combate às pragas e na correção da acidez do solo, entre outros inúmeros exemplos.
À distância, é possível também ter dados do maquinário em tempo real, permitindo a manutenção preditiva e customizada para cada tipo de equipamento, auxiliando, assim, na redução de custos, aumento da sua vida útil e da disponibilidade destes equipamentos para operação no campo.
Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, a avaliação é de que, até 2025, o impacto do uso das soluções de IoT no agronegócio atinja entre US$ 5 bilhões e US$ 21 bilhões, apoiando uma economia de até 20% no uso de insumos agrícolas e gerando uma alta de cerca de 25% na produção. Esses números irão variar de acordo com o grau de adoção que essas tecnologias atingirem.
Redes Mesh permitem conectar todos os sensores e aplicações
Quando falamos de conexões inteligentes, as vantagens das Redes Mesh para a conectividade no campo sobre as outras tecnologias são inúmeras. As Redes Mesh oferecem a possiblidade de levar conexão rápida e confiável a áreas remotas, distribuída entre dezenas ou até centenas de pontos que “conversam” entre si, compartilhando a conexão e promovendo a cobertura de milhares de hectares com baixo investimento.
Os pontos Mesh são pequenos radiotransmissores que funcionam como roteadores sem fio, interagindo entre si dentro de uma ampla rede, ao mesmo tempo que coleta dados de sensores conectados a estes pontos. As informações percorrem a rede de ponto a ponto e os próprios rádios selecionam automaticamente o caminho mais confiável e rápido – processo conhecido como roteamento dinâmico, permitindo monitoramento da rede e a configuração remotos e diagnósticos em tempo real a um custo bastante atrativo.
A tecnologia de comunicação sem fio de Redes MESH é a mais indicada para promover a agricultura de precisão, principalmente onde há uma carência de infraestrutura de comunicação, cenário muito comum pelas imensas e remotas regiões ocupadas pelo agronegócio brasileiro. Assim, aumentará a produtividade e a eficiência e reduzirá os impactos ambientais com uma agricultura mais favorável ao meio ambiente.
AGROLINK – Aline Merladete. Publicado em 24/01/2020